segunda-feira, 11 de março de 2013

Texto de Ima Vieira para o II Simpósio Relações entre Ciência e Políticas Públicas

Caros pesquisadores e participantes do II Simpósio,
Ao final dos trabalhos, vocês já devem estar muito cansados. Gostaria apenas de apresentar a
nossa intenção em continuar a discutir as contribuições científicas de Bertha Becker e seus
impactos nas Políticas Públicas que vêm sendo formuladas para a Amazônia.
“Na relação entre cientista e a política, importa discutir a sua contribuição científica, a sua
transformação em protocolo de ação e a sua absorção como fundamento de praxis que movem
a sociedade e fazem a história”. Com essas palavras, o prof. Da UFPa, Francisco de Assis Costa,
abriu a sua palestra no I Simpósio e evidenciou o desafio que temos em discutir as inúmeras
contribuições de Bertha para a Amazônia e o Brasil. Minimamente podemos dizer que sua
geografia política permite apresentar a Amazônia com toda a sua complexidade e reveladora
de desafios enormes na análise da territorialidade e gestão do território; e mais do que isso,
permite perceber o papel estratégico (e limitações) do Estado brasileiro em engendrar um
novo modelo de desenvolvimento sustentável para a Amazônia.
A partir das trocas de idéias com Bertha e com alguns amigos a partir de junho deste ano,
logo após a Rio+20, eu decidi levar a cabo uma série de discussões dentro do INCT
Biodiversidade e Uso da Terra que coordeno, sobre a obra da Profa. Bertha e o impacto de
suas proposições inseridas em diversas políticas públicas para a Amazônia. Assim, o PAS, o
Plano BR 163 Sustentável, o MacroZEE, as políticas de C&T e o Ordenamento territorial e
ambiental para a Amazônia estão sendo discutidos nos Simpósios.
O terceiro e último Simpósio, então, será feito no Museu Goeldi, em Belém do Pará, em maio
deste ano (data a confirmar) e será organizado em duas mesas redondas, tendo como temas
principais, as propostas de Bertha Becker de inserção das dimensões humanas e territoriais
nos programas do MCT (como o LBA, Geoma, Projeto Cenários, etc.) e os desafios da
Revolução Beckeriana, que seria "uma verdadeira revolução científica enfocada na
biodiversidade nacional, e em especial na biodiversidade da Amazônia" (Charles Clement,
2003). Neste último aspecto, Bertha em seu mais recente paper denominado “Amazônia:
Crise mundial, Projetos globais e Interesse Nacional" publicado na Revista Territórios, em
2012, propõe renovar o quadro institucional de C&T na Amazônia, com a criação do Instituto
do Coração da Floresta, criação de Parques Tecnológicos e criação do Madeiramazon. Será
possível? De que forma e com quem contamos? O que é possível hoje fazer na AMAZÔNIA para
revolucionar a ciência que aqui é praticada rumo a um novo padrão de desenvolvimento?
Certamente que as discussões serão calorosas e ofertarão insumos ao debate nacional sobre o
tema. Aguardem mais detalhes sobre a programação no site do INCT (http://saturno.museugoeldi.
br/inct/)
Saudações cordiais,
Ima Vieira
Pesquisadora Titular do Museu Goeldi
Coordenadora do INCT Biodiversidade e Uso da Terra na Amazônia

1 comentário:

  1. Gostaria de saber se é possível o site disponibilizar o texto " A Geografia e o Resgate da Geopolítica, publicado na Revista Brasileira de Geografia, por Bertha Becker. Gostaria de ler e não consigo encontrá-lo na internet. Desde já agradecido e muito satisfeito com a iniciativa de reunir a obra de Bertha para quem quiser ter acesso.

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